quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Pressentimento


Repito pra mim: Nada vai acontecer Nada vai acontecer Nada vai acontecer...!

Depois me lembro que você não é tudo nesse mundo.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Riqueza do dia:


Sorrir com a beleza de uma música.


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Nem tudo está perdido, amor


Dormi sorrindo e acordei no mesmo estado. 
Não sei se porque a noite anterior foi diferente das habituais e eu esqueci do tempo, enquanto abrigava meus pés entre as almofadas do sofá. 
Estávamos nós: Eu e a Música, como de costume. Mais nada ou ninguém. 
[Só em pensamento]
É certo que tive umas chateações, mas nada que me tirasse daquela atmosfera ensolarada, que mesmo à noite se fazia presente. 
Quase durmo ali, encolhida, como alguém que chega tarde de uma festa, sem a mínima condição de trocar a roupa e muito menos, enfrentar a maratona de subir alguns degraus da escada. 
Mas não, optei pelo conforto da cama. E ainda fui agraciada por alguns minutos de uma boa entrevista na TV. 
Peguei no sono...
Pelo que lembro, dormi toda a madrugada e não tive pesadelo, como em noites passadas.
Acordei com uma música na cabeça, quase cantarolando. Mas a preguiça era a mesma de todas as manhãs. 
Minto. Não era a mesma, já que deu tempo de admirar o céu ensolarado até voltar ao bom sono matinal.
[Tem dias que mesmo com a janela escancarada e o sol radiante, é preferível a visão obscura por entre os furinhos da nossa manta]
Acordei de novo e despertei. Com a mesma sensação que velava minha noite horas atrás: de bem estar. E mais: com o pressentimento de que algo bom estava pra acontecer.
Confidenciei minha suspeita à minha irmã, que logo achou tendenciosa.
Achei sã da parte dela.
Talvez 'aquilo' tivesse mesmo [só] relação com os 'planos' do dia. Mas eu queria expandir os horizontes e não concentrar minha expectativa no previsível.
Bom, foi o que eu tentei.
As horas se passaram e com elas as trivialidades. 
Junto àquele bom pressentimento estava a Sr.ª Espera. Praguinha corrosiva, essa. 
[Com agravante para os que sempre desejam 'chegar antes pra sinalizar o estar de cada coisa, filtrar seus graus']
E contra a minha vontade, esperei.
Esperei acompanhando os números mudarem na tela do meu celular.
Esperei pensando 'Como o dia tá passando devagar, já faz um tempão que minha irmã saiu de casa!'.
Esperei pintando a unha enquanto ouvia dois álbuns completos de Marisa Monte.
Esperei descobrindo beleza numa música até então ignorada e que provavelmente tornar-se-á meu vício dos próximos dias.
Esperei descobrindo também um livro no armário, que havia baixado tempos atrás pela internet.
Esperei pensando 'Como eu não sabia da existência desse livro e perdi a chance de grifá-lo com minhas próprias mãos?!'.
Esperei grifando logo um dos primeiros trechos com marca texto.
Esperei pensando em como é ruim esperar.
Esperei criando cenas na minha cabeça.
[O que é comum, mesmo quando não espero nada]
Esperei ignorando uma chamada no celular.
[Não eram aqueles dígitos por quais esperava]
Esperei retornando a ligação algum tempo depois.
Esperei recusando outros planos.
Esperei atendendo uma ligação inesperada.
Esperei recebendo uma visita inesperada. 
[Inesperada para esse dia, mas esperada no anterior] 
Esperei conversando com a visita sobre a minha espera.
Esperei caminhando.

Esperei sentada.

Esperei levantando e caminhando outra vez.
[Já sem esperança de deixar de esperar]
Esperei me despedindo da visita.
Esperei esperando uma satisfação.
Esperei
[...]

E foi assim.
Da espera pelo previsível se fez a confirmação das incertezas.
Da visita inesperada uma coisa é certa: A espera por um amigo sempre vale a pena. [ou a demora]!



quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Das [des]ilusões


Não sei o que fazer com as incertezas
Que sempre estiveram certas.


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Verbo Galeanear II


Os sonhos esquecidos

Helena sonhou que deixava os sonhos esquecidos numa ilha.
Claribel Alegria recolhia os sonhos, os amarrava com uma fita e os guardava bem guardados. Mas as crianças da casa descobriram o esconderijo e queriam vestir os sonhos de Helena, e Claribel, zangada, dizia a elas:
- Nisso ninguém mexe.
Então Claribel telefonava para Helena e perguntava:
- O que eu faço com os seus sonhos?

Eduardo Galeano, O Livro dos Abraços.


Verbo Galeanear I


Celebração da subjetividade

Eu já estava há um bom tempo escrevendo Memória do Fogo, e quanto mais escrevia mais fundo ia nas histórias que contava. Começava a ser cada vez mais difícil distinguir o passado do presente: o que tinha sido estava sendo, e estava sendo à minha volta, e escrever era minha maneira de bater e abraçar. Supõe-se, porém, que os livros de história não são subjetivos.
Comentei isso tudo com José Coronel Urtecho: neste livro que estou escrevendo, pelo avesso e pelo direito, na luz ou na contra-luz, olhando do jeito que for, surgem à primeira vista minhas raivas e meus amores.
E nas margens do rio San Juan, o velho poeta me disse que não se deve dar a menor importância aos fanáticos da objetividade:
- Não se preocupe – me disse. – É assim que deve ser. Os que fazem da objetividade uma religião, mentem. Eles não querem ser objetivos, mentira: querem ser objetos, para salvar-se da dor humana.

Eduardo Galeano, O Livro dos Abraços.


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Ele me leu


'[...] sendo um biólogo, portanto tendo que ter um olhar mais científico, com certo método sobre o mundo, encontro mais explicação nas coisas por vezes na poesia do que na ciência [...]'

O Escritor e Biólogo Mia Couto, no programa Roda Viva.


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

'vem ser a luta vã e ser o campeão'


Descobri há poucos minutos que dei uma de compositora e troquei as palavras do trecho dessa música, que na verdade é 'vencer' e não 'vem ser'. Embora soem da mesma forma, ambas sugerem caminhos distintos, mas sem perder sua respectiva beleza. [E é por essas infinitas possibilidades estruturais e semânticas que eu amo a nossa Língua Portuguesa!]

Optei por permanecer no 'erro', pois foi assim que essa canção de Marcelo Camelo me chegou hoje, com as palavras trocadas, mas transbordando sensibilidade, como é de costume em suas composições. A música de qual o trecho em destaque faz parte chama-se 'Tá Bom', conhecida desde o tempo de Los Hermanos e eleita por mim como uma das mais lindas de todos os CD's da banda! [É difícil eleger as mais bonitas entre tantas composições maravilhosas, mas sempre tem aquelas que parecem já ter o endereço em mãos pra chegar direitinho no seu íntimo e dizer: 'Ei, é exatamente isso que você tá sentido, eu sei, pode se entregar a mim!'].



Não faço a mínima ideia de quantas vezes já ouvi a música 'Tá Bom', mas hoje ela conseguiu que meus ouvidos a enxergassem novamente [e viva a sinestesia!], de forma a descobrir um pequeno trecho antes perdido na beleza do restante da letra. 

'vem ser/vencer a luta vã e ser o campeão' 

Cantei esses versos com muito mais força que o normal, como se acompanhasse Camelo no chamado por alguém que se encontra perdido em seus sentimentos. [Esse apego por tudo que é aparentemente 'vão' é um dos motivos que me faz admirar as músicas de Marcelo Camelo. É muita poesia pra uma pessoa só e deve ser por isso que ele compartilha com a gente a sua arte! Desde sempre, agradecida.]

Confesso que desde o início idealizei esse texto como sendo uma forma de [tentar] expressar minha admiração pelas composições de Marcelo Camelo e não propriamente focar na música que me trouxe até aqui. Mas, tudo acaba tendo ligação, afinal, de onde sairiam todas essas palavras escritas se não existissem canções como essa? É da poesia descoberta de onde brota a minha inspiração.

Então, nada mais justo do que compartilhar a minha maior Musa inspiradora: A Música.




[P.s.: O espaço em branco serve para as palavras respirarem, como diz o escritor Eduardo Galeano. Nesse texto em especial, diria que para nós mesmos.]


Amizade tem dessas coisas



Foto e bolinho por mim!


'É como um grande amor, só que um pouco disfarçado'


sábado, 14 de setembro de 2013

Das inquietudes


Arte: 'é tudo só brincadeira e verdade'?


terça-feira, 10 de setembro de 2013

Verbo Leminskear


'vê bem onde pises
pode ser meu coração'


                                                                          Foto: Kalina Aires



segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Lagoa da Pampulha, BH


[Fotos pessoais]












Avião


do alto somos nada
mas vemos tudo:

tudo que subestimamos,
que está fora do nosso alcance
e sobretudo, do nosso entendimento.

                                         

                                              
Foto pessoal
                                                                                     



segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Villa Lobos, Manoel de Barros & Cia


É como se a natureza falasse.




[Destaque pra interpretação de 'Águas de Março', que pra mim, consegue superar qualquer outra cantada!]

Haikai?


E a janela do quarto aberta
indica que ainda tenho
pra onde olhar

domingo, 1 de setembro de 2013