Foto: Levy Soares |
Sábado, carnaval já rolando no Rio de Janeiro, blocos na rua, agitação, trânsito confuso, saio do
cinema no Leblon, e me deparo com a cena que registrei na foto
ao lado.
Confesso
que tive vontade de chegar calmamente e colocar minhas patas superiores na
mesma posição e curtir aquela serenidade junto com o contemplativo cão.
Ficaria
em silêncio por um tempo, tentando decifrar o que o “pelo-quase-pelúcia” estava
a mirar, mas eu perderia o prazer da contemplação e entraria no campo da fria
investigação ou bisbilhotice.
Pensei
puxar conversa. E aí, não vai cair na folia também ? Como está sua doce vida de
cachorro ? Tá só olhando ou vai mergulhar ? Talvez ele entendesse meus
grunhidos e tivesse a gentileza de responder a perguntas babacas, dessas que
ouvimos/vemos todos os dias na tv. Mas, para que ferir aquele silêncio tão
eloquente ?
Depois
do clic para não perder a magia do instante, ainda fui tentado a dar um
toquinho no ombro do rapaz e perguntar o seu nome. E a raça. Quem sabe, quantos
anos tinha. Quem era o dono. Onde morava. Tem pedigree ? Ah... tem twitter, facebook, celular ?
Confuso
e fascinado, meti o rabo entre as pernas e saí de fininho. Esqueci de pedir autorização para publicar a
foto. Papparazzi é fogo! Não perdoa a privacidade de ninguém.
Um comentário:
'Mas, para que ferir aquele silêncio tão eloquente?'
Sou fã desse trecho!
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