sábado, 9 de novembro de 2013

Um bocado de que?


Vinícius de Moraes cantava que 'pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza'. 
Não sou de total acordo com essa condição. Acho que mais do que estar triste, um sambista de respeito precisa mesmo é de um bocado de coragem pra dizer umas boas verdades por meio de seus versos. 
Mas, sambas à parte, o que me trouxe até aqui foi outra coisa. Ou melhor, outro sentimento. A descoberta.
Hoje eu descobri o que me inspira a escrever!
Parando pra pensar na descoberta, confesso que não fiquei tão surpresa. No mais íntimo eu já desconfiava de que era 'aquela tal' que me fazia parar durante horas, inclusive varar madrugadas, pra tentar organizar a casa dos meus pensamentos, até transformá-los em palavras. [Eu digo tentar, porque como canta Mariana Aydar, 'por mais que eu tente, são só palavras']. 

A inspiração da minha escrita não vem do vento que entra pela minha janela, mas do que ele não mostra. 
A inspiração da minha escrita não vem dos versos expostos de uma música, mas do que guarda suas entrelinhas.
A inspiração da minha escrita não vem do que você fala, mas do que eu consigo enxergar nos seus olhos.
A inspiração da minha escrita não vem da sua roupa, mas de como eu a sinto num abraço.
A inspiração da minha escrita não vem do céu azul, mas do seu leque de cores durante todo o dia.
A inspiração da minha escrita não vem de sonetos camonianos, mas da poesia orgânica que me faz transver o mundo.
A inspiração da minha escrita não vem dos clichês, mas das obviedades que até então estavam recatadas;

A inspiração da minha escrita vem da incerteza.

Ele me leu [2]


'[...] Ela sempre enrubescia por antecipação diante da ideia que iria enrubescer. Muitas vezes desejava sentir-se livre, despreocupada, como sabia que era a maioria das mulheres com quem convivia [...] Ela se censurava por não saber conciliar a seriedade com a leveza.'

'Risíveis Amores' - Milan Kundera


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Das miudezas


Feist já se tornou minha companheira nos momentos esporádicos de jardinagem. E hoje ela colocou a natureza pra dançar.




sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Torpor


A palavra é exatamente essa. A sensação, a mesma.
Pra completar, minha boa memória resolveu desenterrar essa música (http://www.youtube.com/watch?v=bpDNfwIrx1M), que a tradução nada condiz com o estado letárgico, mas a melodia parece que cai como uma luva. 
Música estrangeira tem dessas comigo, sobretudo as de língua inglesa. Me ganham com seus arranjos melodramáticos, que me acompanham nos momentos de silêncio. Aquela mudez barulhenta, que recusa qualquer letra em português (o que chega até ser um absurdo admitir para uma amante da música brasileira que sou). De entendível (ou não) já basta a dança desengonçada das palavras no salão da minha mente. Nessas horas eu só quero a companhia das melodias de letras não traduzidas. Daquelas que permitem que você crie sua própria história, sem pedir licença ao compositor.


'No abraço mais do quem em palavras, as pessoas se gostam.'


Das sensações ruins: abraçar quem não sabe o que é abraço.

Das recompensas: sentir o abraço de quem desconhecia tal gesto.


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Pressentimento


Repito pra mim: Nada vai acontecer Nada vai acontecer Nada vai acontecer...!

Depois me lembro que você não é tudo nesse mundo.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Riqueza do dia:


Sorrir com a beleza de uma música.